Assinala-se hoje o dia internacional das pessoas com deficiência, mas a Associação Portuguesa de Deficientes (APD) garante que não há nada para festejar. Pelo contrário, há muito a contestar. Por isso, organiza esta noite, entre as 19 e as 22 horas, uma vigília, junto à Assembleia da República, para protestar contra "as políticas que estrangulam a vida dos portugueses".
"As medidas de austeridade não afetam somente as pessoas com deficiência, mas pelas suas condições particulares, são estas que mais sentem os cortes nos vencimentos, pensões e apoios sociais", alega a APD, convocando todos os portugueses a aderirem ao projeto. A associação convoca os professores, porque está em causa a escola pública e a educação dos alunos com Necessidades Educativas Especiais; os trabalhadores com e sem deficiência, porque estão a ser vítimas de roubos nos seus salários; (....) A deterioração da qualidade de vida dos cidadãos deficientes é uma das preocupações do movimento (D)eficientes Indignados que hoje assinala a efeméride com a conferência Vida Independente - a nossa vida nas nossas mãos, a realizar no fórum Lisboa com a presença do fundador do movimento na Europa, Adolf Ratzka.
"Reinvidicamos uma questão fundamental que é a possibilidade de termos uma vida independente, mas o estado continua a apostar na institucionalização", lamentou, ao JN, Jorge Falcato, do movimento (D)eficientes Indignados, apontando um exemplo que ilustra bem a disparidade: "O Estado comparticipa o internamento num lar em 950 euros (pode chegar aos 1500 euros). Mas se o deficiente estiver a cargo da própria família o subsídio de apoio a 3.ª pessoa é de 88 euros por mês.
Jorge Falcato defende que o Estado deve permitir que cada pessoa escolha a melhor solução para si.
In Jornal de Notícias, terça-feira 3/12/13
Sem comentários:
Enviar um comentário