É um episódio comum - que acontece no mundo inteiro. Um adulto está com problemas no seu computador. Ele tenta resolvê-los, mas depois de várias tentativas, pede ajuda ao seu filho adolescente. Este demora a responder e vem vagarosamente, perguntando entre dentes: "O que se passa desta vez?"
O pai, escondendo a ansiedade e a sua luta com a dependência da tecnologia, acalma-se e explica os problemas técnicos ao seu filho, que aparentemente parece ouvi-lo. Depois de alguns segundos, sem olhar para o seu pai, diz: "Deixa-me sentar." O pai levanta-se, sentindo-se mais humilhado do que zangado. O filho senta-se ao teclado e, em menos de três minutos - sob o olhar atento do seu pai, que não tira os olhos dos seus dedos que se movem rapidamente nas teclas - os problemas estão resolvidos. O filho levanta-se, e a caminho do seu quarto, diz: "Está resolvido."
Mas antes de chegar ao seu quarto, o pai implora:
"Como conseguiste?"
O filho olha com desprezo e diz:
"Não sei, mas arranjei. Não era o que querias?
"Sim, mas... podes explicar como o fizeste?
"Não. Deixa-me sentar e ver o que fiz."
O filho senta-se de novo e toma nota mental de todos os movimentos que realizou, repetindo o que fez da primeira vez. Ele explica, relutantemente, o que fez no computador. Satisfeito com a explicação, o pai, agora sorridente, agradece e sente-se cheio de orgulho das capacidades do filho, um verdadeiro "digital native".
Esta história, embora ficcionada, ilustra bem o que acontece em todas as casas e a relação da nova geração com a tecnologia e, consequentemente também a relação entre professor-aluno.
Enquanto que os "digital natives" sabem o que fazer com a tecnologia, muitas vezes não sabem explicar como o fazem, como vimos na história.
A expressão escrita não é o seu forte, e o "fazer" precede a reflexão. A sua linguagem é caracterizada mais pela ação do que pela reflexão. "Digital natives" nasceram numa nova era, que nos afeta a todos, e molda esta nova geração. Neste sentido são descritos mais como indivíduos práticos e exploradores do que indivíduos reflexivos.
O DIY (Do It Yourself - Faça Você Mesmo) e DIWO (Do It With Others - Faça Com Outros) são princípios que parecem orientá-los.
Esta geração procura o sentido prático naquilo que fazem, e preferem aprender aquilo que pode ser explorado e aplicado no presente.
Passamos de um mundo onde a informação é escassa, para um mundo com excesso de informação. Daí o conceito de educação ter de ser reformulado.
Hoje em dia não faz sentido pedir aos alunos para procurarem informação, mas sim ensiná-los a filtrarem a grande quantidade de informação. Por isso, é importante que os professores estejam familiarizados com sites chave e formarem-se nesta área.
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